GESTÃO
DEMOCRÁTICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS.
. 1.
Introdução
A gestão democrática nas escolas públicas foi o objeto
de análise deste trabalho. Visamos estudar os processos democráticos que
norteiam a gestão da Escola Municipal Professora Josefina e da Escola Estadual
José Ribeiro. Considerando o princípio da gestão democrática instituída na
legislação vigente, como ponto de partida de nosso estudo, fundamentamos este
trabalho nas ideias de diferentes estudiosos da área que concebem a gestão
democrática como sendo algo imprescindível para a melhoria no ensino público.
Evidenciamos, neste estudo, a necessidade de desenvolver dentro do contexto
atual da escola pública, uma proposta baseada no diálogo, de fazer com que os
envolvidos no processo educativo sintam-se parte do todo no que tange a
participação e as tomadas de decisões no cotidiano escolar.
Desenvolver ações que democratizem a gestão da escola
não é tarefa fácil, visto que uma gestão democrática através de ações que
possibilitem a descentralização de poder e a participação efetiva de todos que
fazem parte da escola no processo educativo,está diante de muitas dificuldades..
Desenvolvimento
No cenário educacional contemporâneo a questão da
gestão democrática tem sido alvo de grandes debates, principalmente, na escola
pública que muitas vezes interioriza uma gestão pautada no conservadorismo e tradicionalismo.
A escola vista como uma organização social, cultural e humana requer que cada
sujeito envolvido tenha o seu papel definido num processo de participação
efetiva para o desenvolvimento das propostas a serem executadas. Neste
contexto, o gestor é um dos principais responsáveis pela execução de uma
política que promova o atendimento às necessidades e anseios dos que fazem a
comunidade escolar.Partindo desse princípio, a escola precisa rever o papel do
gestor escolar no sentido de promover a gestão democrática como prática
mediadora do trabalho pedagógico. Destarte, cabe a todos que fazem parte do
processo educativo, buscar mecanismos de mudança frente às novas perspectivas
educacionais no que diz respeito à efetivação da gestão democrática nas escolas
públicas de todo o país.
Este trabalho
enfoca, portanto, a importância da gestão democrática respaldada nas ideias de
diferentes autores da área como Gadotti (2001), Silva (1996), Veiga (1997),
Vianna (1986), Libâneo (2004), Lück (2006) e Paro (2006). Estes estudiosos
partem da premissa de que através da realização de um trabalho participativo,
autônomo e democrático, envolvendo todos os segmentos sociais que compõe a
escola; podemos contribuir para o rompimento do autoritarismo que ainda
permanece no interior das escolas e proporcionar uma reflexão quanto ao papel
do gestor na busca de uma escola pública de qualidade. Imprimir uma nova filosofia de gestão implica
na ruptura de paradigmas tradicionais e automaticamente nos leva a questionar
sobre os aspectos relacionados à gestão democrática que supostamente vem sendo
adotada em algumas escolas da rede pública de ensino no Brasil.
Há pessoas trabalhando na escola, especialmente em
postos de direção, que se dizem democratas apenas porque são “liberais” com
alunos, professores, funcionários ou pais, porque lhes “dão abertura” ou
“permitem” que tomem parte desta ou daquela decisão. Mas o que esse discurso
parece não conseguir encobrir totalmente é que, se a participação depende de
alguém que dá abertura ou permite sua manifestação, então a prática em que tem
lugar essa participação não pode ser considerada democrática, pois democracia
não se concede, se realiza: não pode existir “ditador democrático”. (PARO,
2001, pp. 18-19)
Nesta
perspectiva, buscamos respostas para as seguintes questões que delimitam o objeto
a ser estudado: De que forma a escola pode desenvolver ações que caracterizem
uma gestão democrática? Qual a situação atual da equipe gestora e docente
frente à perspectiva democrática? Quais os instrumentos necessários para a
implantação da gestão democrática e quais os
desafios desta implementação?
Entendemos que o tema é relevante, pois envolve um
assunto de interesse dos que se preocupam em fazer uma educação voltada para a
integração de todos os atores do ambiente escolar através de uma gestão
participativa e democrática.
A gestão democrática faz parte da luta de educadores e
movimentos sociais Segundo GADOTTI (2001) de nada adiantaria uma Lei de Gestão
Democrática do Ensino Público que concede autonomia pedagógica, administrativa
e financeira às escolas, se o gestor, professores, alunos, e demais atores do
processo desconhecem o significado político da autonomia. Para este autor, o
exercício desta autonomia não é dádiva, mas sim uma construção contínua,
individual e coletiva. Nesta perspectiva, efetivar uma gestão democrática
implica na participação de todos os seguimentos da comunidade escolar levando à
construção de espaços dinâmicos, marcados pela diversidade e pelos distintos
modos de compreender a escola. De acordo com Paro (2006, p.25), “Não pode haver
democracia plena sem pessoas democráticas para exercê-las”.
Nesse contexto, um dos grandes desafios em busca de
uma gestão democrática é saber escolher os diretores por meio de eleições.
Nas escolas municipais do nosso município os diretores
são indicados pelo governo municipal em exercício e nas escolas estaduais são
alunos pais e funcionários que escolhem os diretores por meio de eleições.
Considerações finais
Diante do
exposto, é preciso que a escola repense urgentemente o seu papel em busca de
formar cidadãos críticos, participativos e atuantes, orgulhosos de seu saber,
capazes de solidarizar com o mundo exterior e serem capazes de enfrentar o
mundo do trabalho como realização profissional através de atitudes de
humanização e respeito ao próximo.
Pensando em um modelo de escola democrática, gestores
e docentes devem proporcionar um espaço de interação de saberes e delegação de
poder em prol da aprendizagem significativa do aluno. Pensar o trabalho
coletivamente significa construir mediações capazes de garantir que os
obstáculos não se constituam em imobilismo, que as diferenças não sejam
impeditivas da ação educativa coerente, responsável e transformadora.
REFERÊNCIAS
Currículo,
conhecimento e cultura escolar / Adriana Regina de Jesus Santos. – São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2009.
GADOTTI,
Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Cortez,
2001.
Metodologia da
pesquisa científica: pedagogia/ Vilma Aparecida Gimenes da Cruz.- São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2011.
PARO, Vitor
Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo: Ática, 2006.
Políticas e Gestão dos
Espaços Educativos: pedagogiaIII Adriana de Araujo, Josiane Burque Ricci
Nascimento, Samira Fayez Kfouri da Silva. – São Paulo; Pearson Prentice Hall,
2011.
Tecnologias
em educação: pedagogia / Juliana Telles Faria Suzuki, Sandra Regina dos Reis
Rampazo. –São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011.
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